quarta-feira, 30 de julho de 2008

Saudade: o sentimento que se manifesta no vácuo.

A saudade só existe se hover ausência. Por culpa do Capitalismo, não damos o valor e a atenção que algumas pessoas merecem; percebemos isso somente quando elas não estão mais ao nosso lado. Esse sentimento não se manifesta apenas por pessoas, mas também por cidades, por objetos, enfim, por tudo aquilo que um dia nos proporcionou felicidade.
A economia capitalista é uma grande vilã para afastar pessoas queridas. Vivemos um período de especialização de mão-de-obra, ou seja, por mais simples que seja o trabalho é necessário ter graduação, especilaização, mestrado e, em alguns casos, até doutorado na área para conseguir um emprego digno. Sendo assim, não temos tempo para cultivar nossas relações humanas e acabamos restringindo nossos contatos interpessoais a meros diálogos via telefone ou à comunicação digital via internet. É nessa hora que percebemos quanta falta faz aquele abraço carinhoso, aquela sopa que a vovó fazia, aqueles conselhos eloqüentes da mamãe, e duvido que alguém nunca teve vontade de voltar ao passado.
Contudo, a saudade não é um sentimento que uma pessoa nutre exclusivamente por outra. Certa feita, ouvi relatos de uma moça que sentia falta do seu ursinho de pelúcia; quis me convencer de que era porque ele fazia companhia a ela nas noites chuvosas de inverno. Sinceramente, tenho para mim que era falta de sua infância que ela sentia; tempo em que a única preocupação que tinha era com as provas do colégio. Hoje seus compromissos são outros, com seus dezoito anos, ela cursa Medicina - longe de sua cidade natal e de seus pais - e divide as tarefas do lar com o irmão mais velho.
A saudade, portanto, é sim um sentimento que se manifesta com a ausência, seja de pessoas, seja de lugares, seja de situações agradáveis. A única forma de não senti-la é ocupando a mente ou com a companhia de amigos, ou com viagens para cidades desconhecidas, que nos proporcionarão novas experiências e deixarão as lembranças guardadas na memória.

sábado, 26 de julho de 2008

O Esposo Complacente - Marquês de Sade

Toda a França sabia que o príncipe de Bauffremont tinha, ou mais ou menos tinha, as mesmas preferências do cardeal de quem acabo de falar. Haviam dado a ele em matrimônio uma mocinha assaz inexperiente, e que, segundo era costume, só foi instruída às vésperas.

- Sem mais explicações, - diz a mãe - pois que a decência me impede de ocupar-me de certos pormenores, tenho uma única coisa a recomendar-vos, minha filha; desconfiai das primeiras propostas que vosso marido vos fizer, e dizei-lhe, veementemente: Não, senhor, não é por aí que se aborda uma mulher honesta; em qualquer outro lugar que vos agrade, mas, certamente, aí não...

Vão ao leito e, por uma norma do decoro e da honestidade sem margem para dúvida, o príncipe, querendo fazer as coisas conforme com os costumes, ao menos pela primeira vez, oferece à sua mulher apenas os castos prazeres do himeneu: mas a jovem bem-educada, lembrando de sua lição:

- Por que me tomais, senhor? - diz-lhe - pensais que eu consentiria essas coisas? Em qualquer lugar que vos agrade, mas, certamente, aí não...
- Mas senhora...
- Não, senhor, inútil insistirdes, nunca me fareis mudar de opinião.
- Pois bem, senhora, devo contentar-vos, - diz o príncipe apropriando-se de seus altares preferidos - eu ficaria bem zangado se dissessem que alguma vez eu quis vos desagradar.


E venham nos dizer agora que não é necessário instruir as moças quanto às obrigações delas, um dia, para com seus maridos!

Um olhar só pra mim - Alda Marques

Busco um olhar que me compreenda,
Um olhar que sorria e que me faça sorrir,
Aquele olhar que veja com o coração e fale ao meu coração,
Um olhar que me emocione, que me conquiste...
Busco um olhar que me perturbe, que me deseje...
Um olhar que em meio a todos, olhe apenas pra mim,
Um olhar amigo, um olhar amante,
Um olhar mudo, que diga tudo que preciso ouvir,
Aquele olhar que refrigere toda ansiedade e aqueça a alma,
Um olhar que me beije, que chore comigo...
Busco um olhar que não se desvie do meu,
Que me provoque, que me encare...
Um olhar de amor, de admiração, de respeito,
Tudo começa no olhar,
Olhares se cruzam numa fração de segundo,
E se apaixonam...
Aprisionam-se numa eterna necessidade...
E que prisão maravilhosa!
Busco um olhar que me acomode na masmorra de seu castelo...
Um olhar que me prenda e me encante pra sempre!

Trecho de Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira

Fazer pouco fruto da Deus no Mundo pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de um sermão, há se haver três concursos: há de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há de concorrer o ouvinte com entendimento, percebendo; há de concorrer Deus com a graça, alumiando. Para um homem ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelhos e há mister olhos.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Gregório de Matos Guerra

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Luís de Camões

Busque Amor novas artes, novo engenho
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
vede que perigosas seguranças:
que não tenho contrastes nem mudanças
andando em bravo mar perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde
vem não sei como e dói não sei porquê.

domingo, 20 de julho de 2008

Luís de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o ser, muda-se a confiança
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houver, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria.
E em mim converte em choro o doce canto.

E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz, de novo espanto,
Que não se muda já como soía.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Paródia de Camões

Ah, Camões,
Se vivesses hoje em dia
Tomavas uns antipiréticos
Uns quantos analgésicos
Lexotan ou Prozac para a depressão,
Compravas um computador
Consultavas a página do Orkut
E descobririas
Que essas dores que sentias
Esses calores que te abrasavam
Essas mudanças de humor repentinas
Esses desatinos sem nexo
Não eram feridas de amor
Mas somente falta de sexo.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Soneto da Separação - Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Auto da Lusitânia - Gil Vicente

NINGUÉM - Que andas tu i buscando?
TODO-O-MUNDO - Mil cousas ando a buscar: delas não posso achar, porém ando perfiando, por quão bom é perfiar.
NINGUÉM - Como hás nome, cavaleiro?
TODO-O-MUNDO - Eu hei nome Todo-o-Mundo, e meu tempo todo inteiro sempre é buscar dinheiro, e sempre nisto me fundo.
NINGUÉM - E eu hei nome Ninguém, e busco a consciência.
BERZABU - Esta é boa experiência: Dinato, escreve muito bem.
DINATO - Que escreverei, companheiro?
BERZABU - Que Ninguém busca consciência, e Todo-o-Mundo, dinheiro.

terça-feira, 15 de julho de 2008

O feudalismo - Franco Jr, Hilário

"Diante da crise agrária fazia-se necessário a conquista de novas áreas produtoras, Diante da crise demográfica fazia-se necessário o domínio sobre as populações não-européias. Diante da crise monetária fazia-se necessária a descoberta de novas fontes de minérios. Diante da crise social fazia-se necessário um monarca forte, controlador das tensões e das lutas sociais. Diante da crise político-militar fazia-se necessária uma força centralizadora e defensora de toda a nação. Diante da crise clerical fazia-se necessária uma nova Igreja. Diante da crise espiritual fazia-se necessária uma nova visão de Deus e do homem. Começavam os novos tempos."

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Alquimia - Do início da Era Cristã à metade do século XVII

Durante esta longa era, muitos alquimistas acreditaram que metais poderiam ser convertidos em ouro com a ajuda de uma 'coisa' chamada 'A Pedra Filosofal'. Esta 'Pedra Filosofal' nunca foi encontrada, até onde se sabe, mas muitas descobertas de novos elementos e compostos foram feitas durante este período. No início do século XIII, alquimistas como Roger Bacon, Albertus Magnus e Raymond Lully começaram a imaginar que a procura pela pedra filosofal era fútil. Eles acreditaram que os alquimistas poderiam servir o mundo de uma melhor maneira descobrindo novos produtos e métodos para melhorar a vida cotidiana. Isso iniciou uma corrente na qual os alquimistas pararam de buscar pela pedra filosofal. Um importante líder neste movimento foi Theophrastus Bombastus. Bombastus sentiu quem o objetivo da alquimia deveria ser a cura dos doentes. Ele acreditava que sal, enxofre e mercúrio poderiam dar saúde se combinados nas proporções certas. Este foi o primeiro período da latroquímica.
O último químico influente nesta era foi Robert Boyle. Em seu livro: 'O Químico Cético', Boyle rejeitou as teorias científicas vigentes e iniciou uma listagem de elementos que ainda hoje é reconhecida. Ele também formulou uma Lei relacionando o volume e a pressão dos gases (A Lei de Boyle). Em 1661, ele fundou uma sociedade científica que mais tarde seria conhecida com Sociedade Real da Inglaterra (Royal Society of England).

sábado, 12 de julho de 2008

Loukomottivo - Saudades

Alucinações de um embriagado!

Ai, como a vida é bela depois de uma noite de trago com os amigos. Sim, amigos, aqueles que nos fazem viver, que nos dão força para enfrentar o amanhã. O que seria de mim sem os amigos? Um rabujento que apenas pensaria em estudar e planejar o futuro, que talvez seria solitário! Tendo em vista as mudanças que ocorrerão e ocorrem na sociedade de hoje. Bem, como não há nada mais interessante para falar, falarei das coisas que poderiam ser sem que eu pudesse ter, mas que talvez não tenha por não poder ser. Coisas que são e não tenho, e coisas que tenho e não são porque não posso. Mas poderia ser se não tivesse? Talvez seria porque não pudesse. Então sou porque não tenho. Logo, tenho porque não sou.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Astronauta - Gabriel O Pensador

Astronauta!
Tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
Agente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra Lua implorando por paz
Então me diz:
Por que você quer voltar?
Você não tá feliz
Onde você está?
Observando
Tudo a distância
Vendo com a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
Agente aqui no bagaço
Morrendo de cansaço
De tanto lutar
Por algum espaço
E você
Com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?
Ah não, meu irmão!
Qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na Lua?

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu...

Ah não, meu irmão!
Qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na Lua?
Fica por aí que o melhor que você faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo
O negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, Astronauta!
Então me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet...

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu...

É tanto progresso
Que eu pareço uma criança
Essa vida de internauta me cansa
Astronauta
Você volta
E deixa eu dar uma volta na nave
Passa a chave
Que eu tô de mudança
Seja bem vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta
Tô de partida
E a passagem
É só de ida
Tô preparado
Pra decolagem
Vou seguir viajem
Vou me desconectar
Porque eu já tô de saco cheio
E não quero receber nenhum e-mail
Com notícia dessa merda de lugar...

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu...

Eu vou pra longe
Pra onde não exista gravidade
Prá me livrar do peso
Da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar
A cura da cabeça
E do coração da gente
Chega de loucura
Chega de tontura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura
Inteligente
Aqui tem muita gente
Mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta
Astronauta!
A Terra é um planeta em extinção...

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Uma arma para combater as doenças da sociedade.

A evolução cultural adiantada de alguns povos e atrasada de outros, conseqüentemente, tornou-se objetivo de manipulação ideológica. A palavra, atualmente, é um remédio utilizado, em larga escala, seja no tratamento, seja na profilaxia à colera que se disseminou no mundo pela ação do homem.
Ao longo de sua existência, os humanos desenvolveram técnicas de discurso para alcançarem suas metas a qualquer custo. Sendo assim, é provável que agrediram muitas pessoas nessa trajetória, mesmo que sem perceber. E no momento em que dominaram a retórica, passaram a exercer seu poder sobre os seres menos esclarecidos tal como ocorria em Roma, na Antiguidade Clássica, onde os Patrícios utilizaram os Plebeus como mão-de-obra barata por muitos anos. Essa supremacia da classe dominante sobre a classe dominada, na qual a palavra faz as vezes do veneno, ainda persiste hoje. Entretanto, com a difusão do ensino escolar a todas as classes socias, o povo percebeu que a fala detém poder balsâmico nas relações humanas.
Visto que a expressão de idéias articuladas tem efeito curativo, e, tendo em vista que o uso da mesma expressão de forma inadequada pode causar males irreparáveis, o homem passou a discursar, prioritariamente, para o bem. Agora, esmera-se no intuito de reparar os danos que causou aos negros e aos índios - com a escravidão - lançando políticas de inclusão social. Ainda nesse contexto, cientistas debatem projetos que visam diminuir a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global; grupos organizados protestam contra o desmatamento exacerbado e contra as queimadas de florestas, tudo isso, na tentativa de preservar o planeta que, em prol da Revolução Industrial, foi-se destruindo.
A fala, portanto, é amplamente utilizada com efeito curativo diante das mazelas ambientais e sociais que se enfrenta nos dias de hoje. Contudo, ela é fruto da expressão ideológica do homem, logo, está em constante evolução, sendo utilizada, ora para o bem, ora para o mal.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A Rosa de Hiroxima - Vinícius de Moraes

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem prefume
Sem rosa sem nada

terça-feira, 8 de julho de 2008

Meus oito anos - Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
(...)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Guesa Errante - Sousândrade

Eia, imaginação divina!
Os Andes
vulcânicos elevam cumes calvos,
Circundados de gelos, mudos, alvos
Nuvens flutuando - que espetáculos grandes!
Lá, onde o ponto do condor negreja,
Cintilando no espaço como brilhos
Do lhama descuidado; onde lampeja
Da tempestade o raio; onde deserto,

O azul sertão, formoso e deslumbrante,
Arde do sol o incêndio, delirante
Coração vivo em céu profundo aberto!
Nos áureos tempos, nos jardins da América
Infante adoração dobrando a crença
Ante o belo sinal, nuvem ibérica
Em sua noite a envolveu ruidosa e densa.

domingo, 6 de julho de 2008

Estupefato!


Como pode?
Um império como os EUA ter um sistema de saúde tão desorganizado. Achava que o Brasil era a pior nação nesse quesito, no entanto depois de assistir Sicko de Michael Moore percebi que até somos previlegiados com o nosso Sistema Único de Saúde que tarda, mas disponibiliza atendimento médico gratuito aos menos favorecidos. A maior ironia que pode existir no problema de saúde dos EUA é que os terroristas, os do 11 de Setembro, que estão presos na ilha de Guantanamo, recebem cuidados médicos e odontológicos gratuitos além de tratamento digno, e alguns cidadãos estadunidenses moram na rua e não recebem o mesmo cuidado. Bom, nesse aspecto o Brasil é semelhante, pois temos milhares de moradores de rua que não são assistidos pelo governo enquanto assassinos e traficantes, como Fernandinho Beira-mar, têm tratamento privilegiado nos presídios.

Mas será assim no mundo todo?
Se viajarmos até Cuba, um país socialista, penalizado, por anos, pelo embargo econômico imposto pelos americanos, veremos um atendimento hospitalar, que é exemplo para o mundo, gratuito. Um norte-americano comoveu-se ao saber o valor de um medicamento que ele paga cerca de 1000 dolares nos EUA e que custa 5 centavos em Cuba. Como pode? E se formos um pouco mais longe, ao Canadá, à Inglaterra, ou à França também veremos sistemas de saúde pública gratuita que beneficiam toda a sociedade.

Então penso, o que há de errado com o Brasil?
A única resposta que me vem a mente é que existe corrupção e um comodismo demasiado; falta vontade até para reclamar seus direitos e organizar manifestações e revoluções como a de Maio de 1968, na França, onde a sociedade fracesa se uniu e realizou greves gerais em protesto ao governo de Gaulle. Maio de 1968, ano bonito, seria legal se o povo brasileiro levantasse a bandeira e gritasse por melhoras 40 anos depois.

Recomendo aos amigos que assistam Sicko de Michael Moore, belíssimo exemplo de que com boa vontade e com governantes éticos é possível disponibilizar muitos serviços gratuitos para a sociedade com os impostos que são arrecadados pelo governo.

"The greatness of America lies not in being more enlightened than any other nation, but rather in her ability to repair her faults." (Alexis de Tocqueville)

-"A grandeza da América não está em ser mais esclarecida que qualquer nação, mas na capacidade de corrigir suas falhas."-

Daft Hands - Harder, Better, Faster, Stronger



Enviado por Babi

Antes de migrar para um sistema novo tenha certeza de que ele atende todas as suas necessidades!


Prezados Técnicos,

Solicito ajuda urgente.

Há um ano e meio troquei o programa [Noiva 1.0] pelo [Esposa 1.0] e verifiquei que o programa gerou um aplicativo inesperado chamado [Bebê.exe] que ocupa muito espaço no HD. Por outro lado, o [Esposa1.0] se auto-instala em todos os outros programas e é carregado automaticamente assim que eu abro qualquer aplicativo. Aplicativos como [Cerveja_Com_A_Turma 0.3], Noite_De_Farra 2.5] ou [Domingo_De_Futebol 2.8], não funcionam mais, e o sistema trava assim que eu tento carregá-los novamente. Além disso, de tempos em tempos um executável oculto (vírus) chamado [Sogra 1.0] aparece, encerrando abruptamente a execução de um comando. Não consigo desinstalar este programa. Também não consigo diminuir o espaço ocupado pelo [Esposa 1.0] quando estou rodando meus aplicativos preferidos. Eu gostaria de voltar ao programa que eu usava antes, o [Noiva 1.0], mas o comando [Uninstall.exe] não funciona adequadamente.

Poderiam me ajudar? Por favor!

Ass.: Usuário Arrependido

RESPOSTA:

Prezado Usuário,

Sua queixa é muito comum entre os usuários, mas é devido, na maioria das vezes, a um erro básico de conceito muitos usuários migram de qualquer versão [Noiva 1.0] para [Esposa 1.0] com a falsa idéia de que se trata de um aplicativo de entretenimento e utilitário. Entretanto, o [Esposa 1.0] é muito mais do que isso: é um sistema operacional completo, criado para controlar todo o sistema! É quase impossível desinstalar [Esposa 1.0] e voltar para uma versão [Noiva 1.0], porque há aplicativos criados pelo [Esposa 1.0], como o [Filhos.dll], que não se pode excluir, também ocupam muito espaço, e não rodam sem o [Esposa 1.0]. É impossível desinstalar, excluir ou esvaziar os arquivos dos programas depois de instalados. Você não pode voltar ao [Noiva 1.0] porque [Esposa 1.0] não foi programado para isso. Alguns usuários tentaram formatar todo o sistema para em seguida instalar a [Noiva Plus] ou o [Esposa 2.0], mas passaram a ter mais problemas do que antes (leia o capítulo 'Cuidados Gerais' referente à 'Pensões Alimentícias' e ' Guarda das crianças' do software [CASAMENTO]. Uma das melhores soluções é o comando [DESCULPAR/flores/all] assim que aparecer o menor problema ou se travar o micro. Evite o uso excessivo da tecla [ESC] (escapar). Para melhorar a rentabilidade do [Esposa 1.0], aconselho o uso de [Flores 5.1], [Férias_No_Caribe 3.2] ou [Jóias 3.3]. Os resultados são interessantes! Mas nunca instale [Secretária_De_Minissaia 3.3], [Antiga_Namorada 2.6] ou [Turma_Do_Chopp 4.6], pois não funcionam depois da instalação do [Esposa 1.0] e podem causar problemas irreparáveis ao sistema. Se você tivesse procurado o suporte técnico antes de instalar o [Esposa1.0] a orientação seria: NUNCA INSTALE O [ESPOSA 1.0] sem ter a certeza de que é capaz de usá-lo!

Boa sorte!

Enviado por Vanessa Acosta Piacentini

As grandes conquistas do homem surgiram de sonhos

Não existe alguma teoria que prove a relação entre pessoas bem sucedidas e sonhos, contudo diria que as que vivem de sonhos são mais organizadas e, por isso, atingem o sucesso profissional com maior facilidade. Quando sonham, elas traçam metas e objetivos a serem realizados, fator esse que as diferencia das demais.
O sonho não passa de uma projeção, por vezes exagerada, que as pessoas fazem para administrar sua vida. Logo, sonhar é estabelecer táticas para alcançar o cargo almejado, conquistar a pessoa amada, enfim, concretizar o plano. Com as metas traçadas, as possibilidades de êxito são maiores. Os jovens vestibulandos sabem como é importante planejar. Todavia, muitos não fazem projetos profissionais nessa fase da vida e acabam errando na escolha do curso, ou, ainda, reprovando nos exames do vestibular. Já os que sonham com uma profissão, não sofrem tanto, porque estabelecem objetivos e se prepararam para as dificuldades.
No período neolítico, quando o homem começou a organizar-se em tribos, todos tinham as mesmas condições de vida. Entretanto, alguns deles sonharam mais que outros e prosperaram; os egípcios viram que a produção agrícola poderia ser maior se aproveitassem os recursos naturais disponíveis - no caso o Rio Nilo - para construir represas e irrigar as terras. Com isso, gerariam um excedente de produção que poderiam trocar por produtos (tais como tecidos, cerâmica, ferro) de outros povos. Porém isso só foi possível porque houve um sonho que evoluiu para um projeto e então foi posto em prática.
As maiores conquistas da humanidade, portanto, dão-se na tentiva de realizar um sonho. É possível que muitos tenham se frustrado porque não foi exatamente como imaginaram, no entanto, provavelmente, foi semelhante ao sonhado. O importante é lembrar que, para concretizar um projeto, é preciso um plano de metas, depois disso é só iniciar o trabalho.

sábado, 5 de julho de 2008

A Feira e Alice

Me senti perdido em meio a multidão quando comprava frutas na feira da Vasco.
Alice falando e eu alí, perguntando, quem sou? quem é você? quem são eles? onde estou?
E aquele corredor de bancas, montadas na corrida, com lonas no teto, luzes amarelas em meia fase, parecia que me sufocava.
Bananas, maçãs, abacates, abacaxis, mangas, ovos, alfaces, tomates, rúculas, agriões (ou agriãos?), enfim, todos os produtos estavam em cima de mim. E as pessoas me olhando como se fosse um delinqüente juvenil. No fim da feira, quatro jovens bebendo vinho. Tudo foi rápido. Quando me dei
conta, estava chegando em casa, cheio de sacolas leves e Alice falando sobre o tempo.
- Será que amanhã chove?

A felicidade corre nas veias!

O prazer individual e imediato é o único caminho para a bem-aventurança, pois a felicidade está no coração do homem. A idade, as experiências de vida e a maneira como foi educado influenciam, consideravelmente, o significado de sucesso que cada um constrói.
Muitas pessoas atribuem a terceiros a tarefa de fazê-las felizes; e isso acontece, geralmente, em casamentos, quando um cônjuge passa a cobrar atitudes e posturas - que nunca existiram - do outro. Por exemplo, o marido, antes do casamento, encontrava os amigos, com freqüência, para o tradicional futebol, porém a esposa não tinha o hábito de reunir-se com amigas. Consequëntemente, após o casamento, ela cobrará uma mudança de atitude do esposo para satisfazer uma necessidade dela, ou seja, ela vai buscar a felicidade no marido e não com o marido. Se ele respeitar a opinião dela, vai sentir-se mal por deixar de fazer algo que lhe dava prazer. Por outro lado, se não respeitar, criará atrito no relacionamento.
No entanto, com o passar dos anos, o homem modifica sua forma de pensar e de agir, atitude que reflete na forma de sentir prazer (conforme as experiências e a educação que teve). Se, aos 20 anos, viajar com os amigos, tocar sua guitarra e beber cerveja com a 'galera' era tudo o que ele pediu a Deus, aos 50 anos, acordar às 5 horas da manhã para tirar leite das vacas e, depois, dar ração aos porcos e às galinhas poderá deixá-lo excitado da mesma forma. Contudo, a única semelhança entre os dois casos é que, em ambos, faz o que gosta e essa é a chave para abrir a fortaleza da felicidade.
Não existe, portanto, uma fórmula 'mágica' para alcançar a felicidade. Só há um caminho para o sucesso - seja no plano profissional, seja no plano emocional - fazer o que se gosta, o que dá prazer. No entanto, é preciso lembrar, sempre, que a liberdade impõe limites, e que deve-se usá-la respeitando o espaço do próximo.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Teorema da Incompletude

I - Se uma teoria é consistente, não existe argumento para negá-la.
II - Não existe argumento que demonstre a consistência de tal teoria.

Então, a consistência argumental não prova a veracidade da teoria.

Visconde de Chatoubrian para Isabella Bonair

Experenciei noites lindas na sua companhia, querida.
A Lua sorria ao nos ver adormecer.
Fiz tantos planos ao vê-la feliz.
Projetei viagens, jantares, enfim, tudo que um casal da corte poderia viver na aurora dos anos.
Nunca entendi o motivo do fim.
Sinto sua falta, gostaria de tocá-la novamente; o orgulho, porém, não deixa procurá-la.
O tempo passa e você não está mais ao meu lado.
O que faço?
Choro...
por mais um amor que perdi para a vida.

O Futuro das Famílias

Hoje pensei no futuro! "Não há como prevê-lo, no entanto, há como planejá-lo, para que saia semelhante às projeções."
Ora, se as famílias estão tomando formações disformes e estão evoluindo com a sociedade, é possível que eu não case. Isso me fez triste por alguns minutos. Como um homem poderia ser feliz sem uma mulher ao seu lado?
E a mulher conseguiria viver sem o homem ao seu lado?
Questões relativamente difíceis de responder.
Tanto quanto calcular o raio da Terra. Como se pode ter certeza do valor de π?
Não há, contudo, o que fazer para mudar essa situação, as pessoas mudam, a natureza muda, às vezes para melhor, outras para pior. Tudo que posso fazer nesse primeiro momento de reflexão: é dar tempo ao tempo, e sonhar com a princesa que espera por mim num castelo distante na região de Flandres.