domingo, 30 de novembro de 2008

Aonde quer que eu vá - Paulo Sérgio Valle / Herbert Vianna

Olhos fechados
Prá te encontrar
Não estou ao seu lado
Mas posso sonhar
Aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá

Longe daqui
Longe de tudo
Meus sonhos vão te buscar
Volta pra mim
Vem pro meu mundo
Eu sempre vou te esperar
Lá, Larará, Larará

Não sei bem certo
Se é só ilusão
Se é você já perto
Se é intuição
E aonde quer que eu vá
Levo você no olhar
Aonde quer que eu vá
Aonde quer que eu vá

Lá, Larará, larará
Lá, Larará, larará
Aonde quer que eu vá
Lá, Larará, larará
Lá, Larará, larará
Lá, Larará, larará
Aonde quer que eu vá

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Plantas Transgênicas

A falta de alimentos no mundo e o crescente aumento populacional, estimado em 9,37 bilhões de pessoas para o ano 2050 (Bongaarts, 1998), exige, da comunidade científica, respostas urgentes na produção de maior quantidade de alimentos, aumentando a produtividade das culturas, para que muitas regiões naturais sejam preservadas e muitas, ainda, sejam destinadas a moradia. As soluções passam, sem dúvida, não só pela distribuição mais justa de alimentos e de riqueza produzida no mundo, mas também pelo avanço da tecnologia, incluindo as modernas biotecnologias. A Engenharia Genética torna possível o aprimoramento e a maior produtividade das culturas, a melhoria da qualidade e a remoção ou a inativação de genes indesejáveis, bem como a modificação de genes da própria planta que atuam em rotas metabólicas específicas. Como exemplo, o gene codificante da enzima que degrada pectinas, parte componente da parede celular de células vegetais, que foi inibido em tomates, permitindo, dessa forma, que os frutos permanecessem firmes por períodos maiores.

domingo, 16 de novembro de 2008

Tomás Antônio Gonzaga

"Os teu olhos espalham luz divina
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoula ou rosa delicada e fina
te cobre as faces que são cor da neve"

sábado, 15 de novembro de 2008

Letargia

As pessoas adormecem
estam ali, acordadas, porém com as pálpebras em constante atividade (abrindo e fechando);
então, em questão de segundos, escorre um fio de baba pelo canto da boca.
De repente, acordam, num estímulo sináptico ou por um mosquito rondar-lhes as orelhas.
Adormecem, Acordam, Adormecem, Acordam...
e a viagem continua...
Até que, em um dado momento da história, sua missão termina;
elas entram em um sonho profundo...
... e assim permanecem para todo o sempre.

Carlos Drummond de Andrade

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo
hoje beija, amanhã não beija
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Tráfico de especies

Cada año se vendem más de 55.000 primates vivos, 4 millones de aves exóticas, 15 millones de pieles de felinos y 350 millones de peces tropicales. El tráfico de especies es una actividad criminal y mafiosa y constituiye el mayor negocio ilegal despés del comercio de armas y drogas. En WWF/Adena llevamos más de diez años trabajando contra este tráfico.
Si quieres evitar que este año haya más victimas de tráfico:
A pesar de ello, cada hora desaparecen 3 especies y más de 5.000 están al borde de la extinción debido a la caza furtiva, una de sus principales causas.
Este año habrá más victimas de tráfico.
Hazte socio de WWF/Adena. Sólo con tu ayuda podremos combartilo.

sábado, 8 de novembro de 2008

Maçã e Pera - Luis Fernando Verissimo

Não era exatamente maldade. Tia Iná era franca. Dizia o que pensava sobre as pessoas e se as pessoas não gostassem, azar. Ou, como ela gostava de dizer, "azeite".
- Tia Iná, a senhora chamou o Ildefonso de esquisito.
- E não é?
- Mas a senhora chamou na frente dele! É por isso que ele nunca mais apareceu.
- Azeite.
E o pior era que as opiniões da tia Iná eram certeiras. Impertinentes, insensíveis, mas certeiras. O Ildefonso era mesmo muito esquisito. E as irmãs Cora e Clara, por exemplo. Um dia tia Iná apontou para uma adolescente, depois para outra, e sentenciou:
- Maçã e pêra.
Tia Iná não precisou explicar a comparação. Era perfeita. Uma irmã, justamente a Cora, era corada. Se alguém quisesse descrevê-la com menos síntese e precisão do que a tia Iná, poderia usar a ótima palavra "rubicunda", com tudo que ela sugere. Já a cor da Clara não era apenas clara, parecia ser o que sobrara depois de uma cor indefinida, talvez um vago amarelo, ter desbotado. E não era só a cor. Com duas palavras, tia Iná definira o destino das duas, as vidas que levariam, baseada nas suas aparências. Uma, uma excitante vida de maçã, a outra uma vida sem graça de pêra.
Mas acontece o seguinte. A maçã deve boa parte da sua reputação mais à imagem do que à biografia. Ao contrário do que a maioria pensa, não foi uma maça que Eva comeu e levou o primeiro casal a ser expluso do Paraíso. Não há nenhuma referência a maçãs em Gênesis. A maçã só aparece na Bíblia muitos capítulos depois, nos Cantares de Salomão ("Confortai-me com maçãs, pois desfaleço de amor"). Ficou como símbolo do pecado original que nos condenou à finitude e à culpa porque parece ser pecaminosa, mas é inocente. Pode argumentar que nem estava lá, na ocasião. Já se especulou sobre qual seria a fruta que Eva comeu no Paraíso, se não foi a maçã. Talvez o figo, que também tem uma aparência lúbrica, hipótese reforçada pelo fato de que em toda a representação antiga do Éden são folhas de figueiras que aparecem cobrindo as partes pudentes de Adão e Eva. O que ninguém nunca especulou é que a responsável pela tentação de Eva fosse a pêra. Logo a pêra?! Mas por que não? Talvez a pêra tenha uma história secreta, ainda a ser revelada. Que melhor disfarce para levar uma vida secreta como ser conhecida por todos como a irmã sem graça da maçã?
Cora e Clara passaram anos sem ver a tia Iná. Um dia Cora foi visitá-la. Contou que Clara não gostara da comparação com pêra, ficara sentida, nunca perdoara a tia Iná. Que disse "azeite" e comentou a gordura da Cora.
- Você parece uma vaca leiteira.
Cora deu risada. A tia Iná continuava a mesma.
- Estou com três filhos, tia. O último ainda mama no peito.
- Três filhos. Esse corpo disforme... Eu imaginava que você ia ser outra coisa.
- Que outra coisa?
- Não sei. Ter uma vida mais excitante.
- Quem tem uma vida excitante é a Clara. A senhora não tem visto as revistas? Ela é a modelo que mais aparece no momento. Com aquela palidez, aquele ar de subnutrida... Eu também tentei ser modelo mas não me aceitaram. Disseram que eu era muito colorida. Acabei nesta vida pacata...
- De vaca leiteira.
- Lembra maçã e pêra, tia?
- Lembro.
- Estão preferindo as pêras.
- Estão preferindo as pêras.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Sinais do Tempo

Se tivéssemos que caracterizar esta nossa época com uma expressão seria: Idade Mecânica. É a época da maquinaria (...) que promove, ensina e pratica a arte de ajustar os meios aos fins. (...) Para a operação mais simples dispõe-se de hábeis procedimentos para redução de tempo. Nossas antigas formas de execução foram totalmente desacreditadas e deixadas de lado. Por todas as partes, o artesão vivo é desalojado de sua oficina para dar lugar a outro inanimado e mais rápido. A lançadeira escapa dos dedos do tecelão, e cai nos dedos de ferro que a manejam mais rapidamente. (...) Lutamos com a natureza rude e, graças às nossas irresistíveis máquinas, saímos sempre vitoriosos... Quão melhor alimantados, vestidos, abrigados (...) estão agora so homens, graças a uma determinada quantidade de trabalho. Que mudanças ocorreram também no Sistema Social, alterando as antigas relações e ampliando a distância entre o rico e o pobre.

A Metáfora das Luzes

O ponto de partida da idéia de "Luzes" é a multissecular metáfora da luz: a oposição entre luzes e sombras, entre o dia e a noite, cujas origens remontam às épocas mais remotas da humanidade, expressa nos cultos solares e em seus variados mitos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Fátima - Fê Lemos e Renato Russo

Vocês esperam uma intervenção divina mas não sabem que o tempo agora está contra vocês//Vocês se perdem no meio de tanto medo de não conseguir dinheiro pra se dar sem se vender//E vocês armam seus esquemas ilusórios//e continuam só fingindo que o mundo ninguém fez//Mas acontece que tudo tem começo//se começa um dia acaba eu tenho pena de vocês.

E as ameaças de ataque nuclear//bombas de nêutrons não foi Deus quem fez//Alguém, alguém um dia//vai se vingar//vocês são vermes pensam que são reis//Não quero ser//como vocês//eu não preciso mais//Eu já sei o que eu tenho que saber//e agora tanto faz.

Três crianças, sem dinheiro e sem moral, não ouviram a voz suave que era uma lágrima//Se esqueceram de avisar pra todo mundo ela talvez tivesse nome era: Fátima//De repente o vinho virou água//e a ferida não cicatrizou//e o limpo se sujou e no terceiro dia//ninguém//ressuscitou.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

04/Nov/2008 - mais uma página na História

Na última terça-feira, aconteceu a eleição mais esperada dos últimos 4 anos. Nela foi eleito o primeiro presidente negro da história da maior potência mundial. Imerso na maior crise financeira desde a queda da bolsa de NY, em 1929, o futuro presidente acaba com os últimos indícios de preconceito racial que poderiam haver nos EUA. Contudo, esse foi apenas o primeiro obstáculo que o candidato transpôs. Será necessário um ótimo plano de governo na área financeira para que a crise imobiliária seja superada. Outra incógnita diz respeito à ofensiva estadunidense aos países do eixo do mal, será o fim das guerras no oriente médio? Dessa vez, haverá uma política de preservação ambiental em pauta nos planos do futuro presidente? Quais serão as conseqüências dessa eleição para as demais nações?

Desgarrados - Miro Fagundes

Eles se encontram no cais do porto
Pelas calçadas
Fazem biscates pelos mercados
Pelas esquinas
Carregam lixo, vendem revistas
Juntam baganas
E são pingentes nas avenidas da capital
Eles se escondem pelos botecos
Entre cortiços
E pra esquecerem contam bravatas
Velhas histórias
Então são tragos, muitos estragos
Por toda a noite
Olhos abertos, o longe é perto
O que vale é o sonho. (...)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Contaminando a vida

Minamata, Japão, 1956.
No dia 21 de abril, uma criança com disfunções do sistema nervoso dá entrada no hospital Shin Nihon Chisso. Logo em seguida, no dia 10 de maio, quatro outros pacientes com sintomas similares aparecem no Centro de Saúde Pública de Kumamoto. Esta última acabou sendo a data oficial da descoberta do Mal de Minamata, doença cerebral causada pela ingestão de mercúrio.
Naquele ano, um comitê especializado designado para investigar a doença (de causas até então desconhecidas) reconheceu o mal em 56 pessoas. A investigação apontou pacientes das vizinhanças da Baía de Minamata, cujas dietas eram baseadas em peixes e frutos do mar. Foram encontrados cristais de mercúrio orgânico nos dejetos da industria química Chisso. O mercúrio era despejado em um rio que desaguava no mar, o principal fernecedor de alimentos às comunidades da região. A fauna marinha foi intoxicada e, através da comida, o metal altamente tóxico chegou aos organismos humanos.
As mortes e doenças conseqüentes da contaminação por mercúrio em Minamata são exemplos da força tóxica do grupo de elementos químicos conhecidos como metais pesados.
Os despejos de resíduos industriais são as principais fontes de contaminação das águas dos rios com metais pesados. Indústrias metalúrgicas, de tintas, de cloro e de plástico PVC (vinil), entre outras, utilizam mercúrio e diversos metais em suas linhas de produção e acabam lançando parte deles nos cursos de água. Outra fonte importante de contaminação do ambiente por metais pesados são os incineradores de lixo urbano e industrial, que provocam a sua volatização e formam cinzas ricas em metais, principalmente mercúrio, chumbo e cádmio.
Os metais pesados não podem ser destruídos e são altamente reativos do ponto de vista químico, o que explica a dificuldade de encontrá-los em estado puro na natureza. Normalmente, apresentam-se em concentrações muito pequenas, associados a outros elementos químicos, formando minerais em rochas. Quando lançados na água como resíduos industriais, podem ser absorvidos pelos tecidos animais e vegetais.
Uma vez que os rios deságuam no mar, estes poluentes podem alcançar as águas salgadas e, em parte, depositar-se no leito oceânico. Além disso, os metais contidos nos tecidos dos organismos vivos que habitam os mares acabam também se depositando, cedo ou tarde, nos sedimentos, representando um estoque permanente de contaminação para fauna e para flora aquáticas.
Estas substâncias tóxicas também depositam-se no solo ou em corpos d'água de regiões mais distantes, graças à movimentação das massas de ar. Assim, os metais pesados podem se acumular em todos os organismos que constituem a cadeia alimentar do homem. É claro que populações residentes em locais próximos à indústrias ou à incineradoras correm maiores riscos de contaminação.