sábado, 21 de agosto de 2010

Sobre o Natal



     O Papai Noel foi inventado pelo desenhista francês Granville para o Natal de 1832, baseado na figura do Bispo Nicolau, da Turquia. Era um homem caridoso, que, no Natal, distribuía presentes para os pobres. Granville desenhou um velho de barba, baixinho, com roupas de camponês russo. Quase 100 anos depois, a Coca-Cola alterou sutilmente o desenho original. Papai Noel ganhou a altura de um homem normal, suas roupas foram estilizadas e tomaram as cores do refrigerante que se tornaria famoso.

     A festa do Natal é a festa do nascimento de Cristo, o filho de Deus, que veio ao mundo para sacrificar-se pela salvação dos homens. Vocês se lembram? Pois essa festa começou a ser trocada, lentamente, pela festa do consumismo, do gasto, da obrigação de dar presentes a filhos, parentes, amigos, vizinhos, superiores e subalternos. Essa é a parte principal da festa. Festa de um consumo vulgar, feroz, enlouquecido e deprimente.

     O Natal deveria celebrar a esperança, o nascimento do Redentor, daquele que plasmou a mais radical de todas as consignas: "Amai-vos uns aos outros". Transformou-se na grande festa dos Shoppings e dos supermercados.

     Olhem bem para o bom velhinho. Minha geração criou-se na convicção de que o Anticristo era o Comunismo. Esse equívoco ainda permanece, mesmo depois de sua aniquilição. A propaganda capitalista sempre foi eficaz. Olhem demoradamente para o disfarce de bom velhinho. É a mais bem bolada invenção da máquina capitallista de vender bugigangas. Destrói até as raízes mais fortes do Cristianismo, continua entrando em todos os lares e sendo recebido de braços abertos. É ele o Anticristo. Tornou a maior festa da cristandade um deboche. Ao longo dos tempos, muitos não se deram conta disso, brigando contra os comunistas, aquelas pobres amadores. (Extraído do conto "A destuição do Natal", de Tabajara Ruas.)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010