quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O vôo do Guasca


Viajando pela Amazônia, acima da floresta, desviava, repentinamente, um e outro sabiá, enquanto observava, encantado, os papagaios, os tucanos, os pica-pau e todos os animais, habitantes daquele meio, que tinha o prazer de ver agora. De repente, percebi que uma cabocla percebera meu vôo através da janela de uma maloca, construída com barro e folhas de palmeira. Ela mexia um tacho no fogão a lenha, haveria de ser a feijoada que prometera ao Bilu. Assim que me viu, saiu porta afora, correndo feito um jaguar para o meio da mata fechada. Minutos depois, retornava junto com Bilu. Nesse momento, já havia pousado no campo ao lado da maloca. Meu sistema de pouso deve estar com defeito, pois foi uma aterrissagem complicada - embaracei-me na copa de uma copaíba. Ao ver meu irmão, não contive a euforia, há mais de 5 anos que não nos encontravámos. Também pudera, o diabo foi embora pro Norte e nunca mais apareceu. Depois de 1/4 de hora de prosa, o almoço estava servido. Dessa vez, errei o cardápio, a cabocla cozinhou batatas e brócolis ao molho branco e a panela, a que mexia ao me ver, continha a sobremesa - que eu "adoro", diga-se de passagem - arroz doce, ou, como diria um porto-alegrense, arroz de leite - como se o arroz utilizado no preparo dessa iguaria fosse diferente do que é feito com sal. A comida da cabocla - minha cunhada manauense - estava no capricho, até parecia que prenunciava minha aparição por aquelas bandas. Após o almoço deu-se a hora da sesta, os ares naquele lugar são muito distintos, o ar úmido e quente acaba com as forças de qualquer guasca. Fim de tarde, chega a hora de voltar, despedi-me dos familiares, fui ao campo, parei embaixo da goleira, iniciei a corrida que terminaria somente do outro lado, onde, enfim, batendo os braços como uma ave, tomaria altitude e poderia voar novamente para casa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mucho loco.. mas divertidooo..hehe massa!!!falow guasca