quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Democracia

O sistema político ateniense funcionava apenas para uma minoria da população. A maioria (escravos, mulheres e estrangeiros) estava excluída de qualquer poder decisório. Antes de Sólon, Atenas era uma pólis governada por grandes proprietários de terra, os eupátridas. Sólon dividiu a sociedade em classes censitárias (de acordo com a renda) a cidade continuou a ser governada por ricos (latifundiários e comerciantes), mas eles deviam ser eleitos pelo conjunto de cidadãos, incluindo os pobres (tetas). Clístenes modificou o sistema eleitoral, substituindo as tribos tradicionais (gentílicas) por 10 tribos territoriais, que misturavam os votos do litoral (comerciantes) com os da planície (latifundiários) e os da montanha (pequenos proprietários e sem-terras). A mistura diluiu a influência que os eupátridas tinham sobre os tetas. Clístenes também criou o Ostracismo, uma espécie de impeachment preventivo, que obrigava o suspeito de pretender instalar uma Tirania (nome que os gregos atribuíram ao golpe de Estado) a um exílio de 10 anos. O Ostracismo era votado na assembléia do povo (Eclésia).

Os EUA, que gostam de se apresentarem como criadores da democracia, iniciaram sua vida política de forma similar à ateniense: com escravidão, exclusão das mulheres e voto censitário. Atualmente, pretendem ser os grandes exportadores de democracia, mas, exceto pelo governo Jimmy Carter (conhecido por criticar a tortura e defender direitos humanos), os EUA nunca tiveram problemas em apoiar ditaduras genocidas, desde que anticomunistas. Com George W. Bush, sob o pretexto de combater o Terrorismo - ataque às torres gêmeas - os EUA adotaram a tortura (no Iraque) e a prisão (na base militar de Guantánamo, Cuba) sem prazo determinado, sem acusação formal, processo ou condenação.

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