A bicha suicida

Cansada da vida e de tudo, a bichinha subiu ao 20º andar de um edifício no centro de Porto Alegre. Encontrou uma sala vazia e entrou, trancou a porta, subiu no parapeito da janela tomando coragem para saltar e acabar com a sua vida. Na rua, juntou-se uma enorme multidão, todos na espectativa de que a qualquer momento o infeliz saltasse e se espatifasse no chão.
Algumas mulheres choravam, nervosas, outras rezavam e outras gritavam palavras animadoras. E a bicha suicida lá, indiferente ao que se passava na rua, preparava-se para saltar. Nesse momento, os Bombeiros, as emissoras de TV e de rádio, a Brigada Militar e a Comissão de Direitos Humanos chegavam ao local. O transito parou, todos observavam ansiosos o desenrolar daquele fato.
Os bombeiros subiram ao 20º andar e tentaram arrombar a porta, mas ela era blindada e não obtiveram êxito. Eis que um brigadiano conseguiu entrar no apartamento do lado, debruçou-se no parapeito e tentou conversar com a bicha suicida para que não cometesse aquele atentado contra sua vida:
- Pense nos teus pais, como eles vão sofrer! - implorou o policial.
- Eu sou órfão.
- Então pensa na tua mulher, nos teus filhos, que ficarão desamparados!
- Eu sou gay.
- Pense no namorado!
- Não tenho. O Bentinho me deixou e foi morar em Floripa com a Capitu.
Nessa hora, o policial não sabia mais o que fazer. Eis que teve a brilhante idéia de apelar para o futebol.
- Então pensa no Grêmio, Amigo! Nas grandes conquistas, as Copas do Brasil, os títulos de Campeão da América, de Campeão do Mundo, etc..., no Olímpico lotado.
- Eu sou Colorado!
- Colorado??? Ah, então pula logo...