quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Notas de um Observador.


A semente que germina no campo,

A água que flui das nascentes,
O gelo que cobre as montanhas mais altas,
As vidas que ainda estão por vir.

Tudo ameaçado em pról do capitalismo desenfreado, teimoso e egoísta que não aceita a realidade, nua e crua, que mostra, cada dia mais, as consequências da agressão praticada contra a natureza nas últimas décadas.

É hora de dar fim a esse sistema debilitado; no entanto, é necessário fazê-lo com embasamento teórico de qualidade. Repensar a forma de fazer política é um bom início de conversa.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Técnicas de Demonstração

Um teorema é uma proposição do tipo: "Se p, então q", a qual prova-se ser verdadeira sempre (tautologia), ou seja, que: "p implica q".
As proposições 'p' e 'q' são denominadas hipótese e tese, respectivamente. É usual denominar corolário um teorema que é uma consequência quase direta de um outro já demonstrado (ou seja, cuja prova é trivial ou imediata). Adicionalmente, um teorema auxiliar que possui um resultado importante para a prova de um outro é usualmente denominado lema.
Teoremas são fundamentais em Computação e Informática e, em particular, no estudo de Matemática Discreta. Por exemplo, um teorema permite verificar se uma determinada implementação é correta. Sob este ponto de vista, um teorema pode ser visto como um algorítmo que, prova-se, sempre funciona.
Antes de iniciar uma demonstração, é fundamental identificar claramente a hipótese e a tese. Por exemplo, considere o seguinte teorema:
0 é o único elemento neutro da adição no conjunto dos números naturais.
Uma reescrita, identificando claramente a hipótese e a tese, é como segue:
se 0 é elemento neutro da adição no conjunto dos números naturais, então 0 é o único elemento neutro da adição no conjunto dos números naturais.
É importante observar que, na demonstração de que, de fato, p implica q, a hipótese é suposta verdadeira. Consequêntemente, a hipótese não deve ser demonstrada. De fato, todas as teorias possuem um conjunto de premissas (hipóteses) que são supostas verdadeiras e sobre as quais todo o raciocínio é construído. A teoria dos conjuntos é baseada em uma premissa que é a noção de elemento, a qual é simplesmente suposta. A própria computação e informática é construída sobre uma importante premissa, conhecida como Hipótese de Church.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A metamorfose ou os insetos interiores ou o processo - O Teatro Mágico

Notas de Um Observador:

Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm.
A maioria prefere não se mexer.
Grandes e pequenos.
Redondos e triangulares,
de qualquer forma são todos quadrados.
Ovários,
oriundos de variadas raízes radicais.
Ramificações da célula rainha.
Desprovidos de asas,
não vôam nem nadam.
Possuem vida, mas não sabem.
Duvidam do corpo,
queimam seus filmes e suas floras.
Para eles, tudo é capaz de ser impossível.

Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência.
Regurgitam assuntos e sintomas.
Avoam e bebericam sobre as fezes.
Descançam sobre a carniça,
repousam-se no lodo,
lactobacílos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores.

A futilidade encarega-se de maestrá-los.
São inóspitos, nocivos, poluentes.
Abusam da própria miséria intelectual,
das mazelas vizinhas do câncer e da raiva alheia.
O veneno se refugia no espelho do armário.
Antes do sono, o beijo de boa noite.
Antes a insônia, a bênção.
Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, in(f)vertebrados.
Arracam as cabeças de suas fêmeas.
Cortam os troncos.
Urinam nos rios e nas somas dos desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se.
A cria que se recrie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago.
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa?
Um certo estado de humilhação
conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.

Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e de coragem,
Desatentos ao próprio
tesouro... caem.
Desacordam todos os dias,
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor.
Assim são os insetos interiores.

sábado, 30 de maio de 2009

Desassossegos - João Chagas Leite

Meus desassossegos sentam na varanda,
pra matear saudade nesta solidão,
cada por do sol, dói feito uma brasa,
queimando lembranças, no meu coração.

Vem a noite aos poucos, alumiar o rancho,
com estrelas frias, que se vão depois.
Nada é mais triste, nesse mundo louco,
que matear com a ausência de quem já se foi.

Que desgosto o mate, cevado de mágoas,
pra quem não se basta, pra viver tão só.
A insônia no catre, vara a madrugada,
neste fim de mundo, que nem Deus tem dó.

Meus desassossegos sentam na varanda,
pra matear saudade nesta solidão,
cada por do sol, dói feito uma brasa,
queimando lembranças, no meu coração.

Então me pergunto neste desatino,
se este é meu destino, ou Deus se enganou?
Todo desencanto para um só campeiro,
que de tanto amor se desconsolou.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Contrastes

Enquanto a mídia informa a população brasileira sobre a Gripe Mexicana, ou Gripe do Porco, como queiram, nossos irmãos nordestinos sofrem as consequências de alguns meses de chuva, li alguns dias atrás que eles estão pagando R$ 6,00 o quilo do tomate, um absurdo. Lembrei-me, vagamente, da tragédia - semelhante a que ocorre hoje no nordeste e norte do Brasil - que desabrigou milhares de catarinenses no ano passado. Lembrei-me, ainda, de quanta propaganda foi feita sobre o caso, da mobilização da sociedade para ajudar as vítimas e do abalo causado pelo sinistro. Depois perguntei-me, será que os nordestinos são menos importantes que os catarinenses? Será que não há interesse em ajudar as vítimas das enchentes? Quando já estava indignado com a situação, lembrei que moro no Brasil, e que aqui qualquer tentativa de solidariedade transforma-se em oportunidade para obter vantagem às custas de terceiros, como certamente ocorreu no ano passado com a tragédia de Blumenau-SC, pois hoje, os moradores das localidades mais atingidas ainda esperam o repasse da verba que o governo prometeu, e diz que enviou, para a reconstrução do vilarejo. É lastimável!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Num quarto escuro

Num quarto escuro, além do alcance da fé em Deus, estão os feridos e despedaçados restos do amor traído. E a inocência de uma criança é comparada e vendida em nome dos malditos.
A ira dos anjos deixou silêncio e frio.
Perdoe-me, por favor, por não saber o que faço.
Como posso guadar a mágoa que, eu sei, é verdadeira?

Diga-me quando o beijo vira uma mentira. Quando ele traz a cicatriz do pecado no último tocar dos lábios. Avise-me, para eu esconder o medo e encarar com naturalidade, sem sentimento. Por favor, deixe que haja luz num quarto escuro.

Assim todos os momentos preciosos colocados de lado serão novamente lembrados. E o sorriso da madrugada trará a luxúria manchada, cantando uma valsa.
Posso encarar o dia quando sou torturado em minha crença?
Posso observar isso cristalizado, enquanto minha salvação vira pó?
Por que não posso guiar o navio antes dele encontrar a tempestade?
Eu caio no mar, mas ainda nada em busca da praia.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O que é um churrasco?

*Resposta de uma mulher:

O churrasco é a única refeição que o homem sabe cozinhar, e quando um homem se propõe a realizá-lo ocorre a seguinte cadeia de acontecimentos:

1. A mulher vai ao supermercado comprar o que é necessário.
2. A mulher prepara a salada, o arroz, a farofa, o vinagrete e a sobremesa.
3. A mulher tempera a carne e coloca numa bandeja com os talheres necessários, enquanto o homem está deitado próximo a churrasqueira, bebendo uma cerveja.
4. O homem coloca a carne no fogo.
5. A mulher vai para dentro da casa preparar a mesa e verificar o cozimento dos legumes.
6. A mulher diz ao marido que a carne está queimando.
7. O homem tira a carne do fogo.
8. A mulher arranja os pratos e os põe na mesa.
9. Após a refeição, a mulher traz a sobremesa e lava a louça.
10. O homem pergunta à mulher se ela apreciou não ter que cozinhar e, diante do olhar da mulher, conclui que elas nunca estão satisfeitas.

*Direito de resposta para o homem à resposta da mulher:

1. Nenhum churrasqueiro, em sã consciência, iria pedir à mulher para fazer as compras para um churrasco, pois ela traria cerveja Kaiser, um monte de bifes, asas de frango e uma peça de picanha de 4,8 Kg que o açougueiro disse ser ótima, pois não conseguiu empurrar para nenhum homem.
2. Salada, arroz, farofa, vinagrete e sobremesa, ela prepara só para as mulheres comerem. Homem só come carne e toma cerveja.
3. Bandeja com talheres? Só se for para elas. Homem que é homem come churrasco como tira-gosto e belisca com a mão, oras!
4. Colocar a carne no fogo? Tá louca? A carne tem que ir para a grelha ou para um espeto que, a propósito, tem q ser virado frequentemente.
5. Legumes? Como eu já disse, só as mulheres comem isso num churrasco.
6. Carne queimando? O homem só deixa a carne queimar quando a mulher reclama: 'Não gosto de carne sangrando'; 'Isto está muito cru'; 'tá viva?'. Após a décima vez que você oferece o mesmo pedaço de carne que estava pronto uma hora antes, elas acabam comendo carne tão macia quanto o espeto e tão suculenta como uma pedra de carvão.
7. Pratos? Só se for pra elas.
8. Sobremesa? Só se for mais uma cerveja.
9. Lavar louça? Só usei os dedos! (E limpei na bermuda.)

Realmente, as mulheres nunca vão entender o que é um churrasco.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Vamos começar?

- Vamos começar?
- Não sei, estou com medo!
- Medo de que?
- Medo de doer.
- Um dia você vai ter que deixar.
- Acho que não.
- Confie em mim. Eu vou devagar.
- Como fico?
- Nessa posição.
- Assim?
- Abre mais um pouco.
- Ai, está doendo.
- Aguenta firme, não posso parar.
- Não posso aguentar mais.
- Abra mais.
- Está doendo.
- Vou tirar.
- Que alívio!
- Até que não fomos mal.
- Ai, está sangrando.
- Sempre sangra um pouco.
- E se não parar?
- Claro que para.
- Como você sabe?
- Tenho experiência.
- Está parando.
- Não disse?!
- Quando volto para arrancar o outro dente?

Seleção para o céu

São Pedro, na triagem celeste, perguntou para o americano:
- O que é mole, mas na mão das mulheres fica duro?
O americano pensou e disse:
- O esmalte.
- Muito bem, pode entrar. - disse São Pedro.

Perguntou ao italiano:
- Onde as mulheres tem o cabelo mais enrolado?
O italiano respondeu:
- Na África.
- Certo pode entrar.

Para o alemão:
- O que as mulheres tem, que tem seis letras, começa por B, termina com A e não sai da cabeça dos homens?
- A beleza. - Certo, pode entrar.

Para o francês:
- O que é que a mulher casada tem mais larga que a solteira?
- A cama.
- Muito bem, pode entrar.

Para o inglês:
- O que as mulheres tem no meio das pernas?
- O joelho.
- Ótimo, pode entrar.

O brasileiro virou-se e foi saindo de fininho.
São Pedro chamou-o:
- Você não vai responder a sua pergunta?
- Sem chance. Já errei as cinco anteriores.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Conto de Fadas para mulheres do século XI

Era uma vez, um reino muito distante, muito além da
taprobana, parafraseando Camões. Nele havia uma princesa linda, independente e
cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e como o maravilhoso
lago de seu castelo era ecológicamente correto, se deparou com uma rã.
A rã, então, pulou para o seu colo e disse: Linda princesa,
eu já fui um príncipe muito bonito, mas uma bruxa má lançou-me um feitiço e eu
transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo, no entanto, há de me trasformar
novamente em um príncipe belo, então, poderemos casar e constituir um lar feliz
em teu lindo castelo. Minha mãe poderia morar conosco e tu poderias preparar o
meu jantar, lavarias minhas roupas, criarias nossos filhos e viveríamos felizes
para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée
acompanhadas de um cremoso molho acebolado e um delicioso vinho branco, a
princesa sorriu e pensou: "Nem a pau, Juvenal!"